Hesitei muito em escrever sobre o Codiv-19 e a situação na da França.
A manchete em todos os jornais do planeta denota o quanto as pessoas estão preocupadas. Mas em um primeiro tempo eu preferi deixar que os especialistas tratassem o assunto e não participar da especulação mediática.
Mesmo por que o medo do Codiv-19 alavancado pelo excesso de informação não mudará os fatos, somente o número de entradas no meu site, o que não é prioridade neste momento.
No entanto, venho lendo em grandes títulos no Facebook uma enxurrada de informações errôneas, blogueiras falando um monte de baboseiras somente para obter esses cliques, sem a mínima preocupação em transmitir informações corretas. Uma pena.
E como informações parciais nos levam a completar o cenário com nossos receios e temores, enfim resolvi escrever. Não me entenda mal, a informação é necessária, mas a parcialidade e dramatização não.
Enquanto médicos e especialistas afirmam que não há necessidade de parar com suas atividades e frear planos de viagens devido ao Codiv-19, políticos dizem o contrário e todo mundo sai dando palpite a torto e a direita em canais de comunicação.
Você sabia que a gripe comum mata mais de 60 000 pessoas na Europa por ano! Não sabia né? Ninguém sabe. Por isso mesmo nunca ninguém se preocupou com isso antes de vir à Europa.
A taxa de mortalidade anual por problemas respiratórios associados à gripe varia de 0,1 a 6,4 por 100.000 pessoas com menos de 65 anos, de 2,9 a 44,0 por 100.000 pessoas de 65 a 74 anos e de 17,9 a 223,5 por 100.000 pessoas com mais de 75 anos.
Neste caso, o vírus tem novas características, deve ser estudado e controlado. Porém, é importante lembrar que essa não é a primeira vez que isso acontece.
Você lembra do Sars? E do H1N1? Quem ficou sabendo do Mers? Sim, pessoas morreram devido a essas doenças.
Pois é, pessoas morrem todos os dias pelas mais variadas razões: homicídios, acidentes de carro, paradas cardíacas.
Imagino que se as mortes por paradas cardíacas estivessem sendo apresentadas pela mídia com tanta ênfase, talvez já estivéssemos enfrentando filas quilométricas em frente aos gabinetes de cardiologistas, ou ainda se as mortes por acidentes de automóveis fossem contabilizadas em um site em tempo real estaríamos todos andando a pé para nos deslocar.
Doenças cardiovasculares são um conjunto de distúrbios que afetam o coração e os vasos sanguíneos. Esta categoria de doenças inclui síndrome coronariana aguda, insuficiência cardíaca e doença da válvula. Os mais conhecidos são certamente infarto do miocárdio (causado por doença cardíaca isquêmica) e derrame. As duas últimas são as principais causas de morte no mundo, causando cerca de nove e seis milhões de mortes por ano.
Com exceção das pessoas diretamente implicadas devido à passagem em áreas de risco e o corpo médico, o resto da população está vivendo normalmente. Não temos a impressão que o risco de transmissão seja realmente grande em nossos quotidianos.
Três principais "clusters", termo usado para a presença de casos agrupados e localizados, foram identificados:
Oise, particularmente nos municípios de Creil, Crépy-en-Valois, Vaumoise, Lamorlaye, Lagny-le-Sec e Lacroix-Saint-Ouen,
Haute Savoie, no vilarejo La Balme-de-Sillingy
Morbihan e nos municípios de Auray, Crac'h e Carnac
Nesta segunda-feira, a França ainda estava na fase 2 de vigilância sanitária, um estágio pré-epidêmico.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os sintomas são leves para a maioria dos pacientes, graves (pneumonia) para 14% deles e 5% dos afetados estão em estado crítico. A taxa de mortalidade parece ser de 2 a 5%, segundo a agência da ONU.
Oficialmente, na manhã de segunda-feira, o Ministério da Solidariedade e Saúde registrou 131 casos, sendo nove graves e dois óbitos. Até o momento 12 pessoas foram curadas, 3 morreram e 116 estão hospitalizadas. No final do mesmo dia os casos se elevaram a 191. Como uma gripe comum, essa também se alastra facilmente.
Dois octogenários dos quais um turista chinês e uma pessoa de 60 anos originária do departamento Oise.
As medidas para evitar o contágio são exatamente as mesmas medidas que para evitar contágio de qualquer doença viral.
Pessoas gripadas devem cobrir a boca e tossir nos cotovelos e não usar as mãos. Pessoas sãs devem lavar as mãos com freqüência e se colocar ao menos um metro de distância de pessoas que apresentam sintomas de gripe. Entrar em pânico agora não vai ajudar ninguém.