Janeiro é o mês da epifania como em todos os lugares católicos do mundo. No entanto, em Paris e na França a epifania tem um significado muito especial
A palavra "epifania" é de origem grega. Significa "aparição" A festa da Epifania corresponde ao dia em que os Reis Magos, guiados pela luz de uma estrela, chegaram a Jesus no estábulo onde ele nasceu. Para celebrar sua chegada e como um gesto de respeito, os Magos deram presentes a Jesus: ouro, mirra (resina de uma árvore da Arábia, balsamier), incenso.
Comemos a Galette dos Rois para comemorar esse dia graças a Igreja que instituiu essa tradição tipicamente francesa. O fato remonta ao século XIII. Naquele tempo, a Galette era compartilhada em tantas partes quanto convidados, além de mais uma porção. Esta parte adicional, chamada "parte do Bom Deus" ou "parte da Virgem" era dada à primeira pessoa pobre que passava por lá.
Com o tempo,a parte do Bom Deus deixou de existir e uma antiga tradição romana foi integrada na Galette des Rois: um feijão é escondido na Galette e a pessoa que obtém este feijão se torna o rei ( ou a rainha) do dia e tem o direito de usar uma coroa. É o mais novo dos convidados que decide a distribuição das partes. A tradição dita que quem encontrar o feijão, designa um par para ser sua rainha (ou rei), e o beija.
O feijão da Galette dos reis tem sua origem nos tempos romanos. No século XI, alguns costumavam designar seu líder escondendo uma moeda em um pedaço de pão. Uma moeda de prata, uma moeda de ouro ou para os mais pobres, um feijão branco. Quem o encontrava era então eleito.
Na França, no final do século XVIII, surgiram feijões de porcelana, representando o menino Jesus. Durante a Revolução, o menino Jesus foi substituído por um boné frígio ( simbolo da revolução). As sementes de feijão foram sistematicamente substituídas desde 1870 (ano da Comuna de Paris) por estatuetas de porcelana e, mais recentemente, estatuetas plásticas.
Só para constar, o Élysée (sede do governo) recebe todos os anos uma galette des rois, porém, sem feijão pois a idéia de eleger um rei é contrária aos ideais da República.
Hoje há uma infinidade de “feijões” chiques que encantam os colecionadores. A coleção desses pequenos objetos é chamada de "fabofilia"...
Tradicionais, ousadas, originais... Todos os anos durante o mês de janeiro, a Galette des Rois é produzida ou reinventada nos bastidores das padarias e docerias de Paris. Se a versão clássica consiste em duas massas folhadas generosamente recheadas com um creme frangipane de amêndoas, ela pode ser encontrada numa infinidade de sabores, tipos de massas, perfumes ou coberturas.
É comum ver filas na frente das padarias e franceses ansiosos para provar a delicia oficial do mês de janeiro.
Os preços variam muito e não significam quase nada. Se você se assustar com os valores da primeira padaria, busque outra ou ainda procure o produto nos supermercados. Alguns deles tem suas próprias padarias e a qualidade é relativamente boa, assim como a relação custo-beneficio.
Veja neste link algumas dessas criações que fizeram os parisienses sonharem em 2021.
Em 2021 a Galette des Rois mais chique de Paris foi provavelmente a do Palace Shangri-La. Ao fazer parceria com a Maison Bucherer, o palácio parisiense subiu o nivel de sua Galette de baunilha realizada por Maxence Barbot. No lugar o “feijão”, para os primeiros 100 são vencedores: convite para uma oficina de gemologia e um voucher de 600 euros para gastar em diamantes... O grande prêmio? Um colar de ouro e diamante e café da manhã no Shangri-La para desfilar com sua nova joia.
Você prefere relógios? A Objective Watchmaking e a KRONOS360 apresentaram uma Tag Heuer Twin Time GMT e outros presentes elegantes. Aconteceu no Shangri-La entre os dias 2 a 7 de janeiro.
O valor da Galette para 6 pessoas era de 68 euros.