Paris, a capital da França, tem uma comunidade LGBTQ ativa e vibrante. Na década de 1990, 46% dos gays do país viviam na cidade. Em 2004, Paris contava com 140 bares, clubes, hotéis, restaurantes, lojas e outros negócios comerciais LGBT. Florence Tamagne, autora de "Paris: 'Descansando sobre os louros'?", escreveu que existe uma "Gaité parisienne" e que Paris compete com Berlim pelo título de capital LGBTQ da Europa, ficando atrás apenas de Nova York como capital LGBTQ do mundo.
Neste dezembro 2024 o site Gaypers Bars & clubs gays à Paris anuncia 146 eventos da comunidade na capital francesa.
A reputação de Paris como um centro para a vida queer remonta à Idade Média.
Um poeta do século XII descreveu a cidade como cheia do "vício de Sodoma". Durante a Idade Média, artesãos parisienses pobres eram regularmente condenados e às vezes executados por se envolverem em atividades do mesmo sexo.
No século XVIII, várias subculturas se desenvolveram em um "mundo homossexual" em Paris, com sua própria língua, regras, códigos, rivalidades e clãs. Relacionamentos lésbicos também ocorreram entre mulheres aristocráticas e prostitutas da cidade.
Entre a aristocracia masculina do século XVII, Filipe I, duque de Orléans, e Luís José de Bourbon, duque de Vendôme, eram conhecidos por terem relações com homens.
Porém, apesar da libertinagem geral pela qual Paris é conhecida nos séculos XVII e XVIII, de fato, enquanto nobres e certos intelectuais desfrutavam de mais liberdade, membros da comunidade gay em Paris de classes menos abastadas cotinuaram a perseguidos e até mesmo executados.
Mlle Raucourt, uma atriz popular do século XVIII, viu sua carreira despencar após seus casos com mulheres escandalizarem Paris.
Jean Diot e Bruno Lenoir, um casal gay queimado até a morte em 1750, são homenageados com uma pedra no cruzamento da Rue Montorgueil com a Rue Bachaumont.
O diplomata e espião francês Chevalier d'Éon viveu publicamente como homem por 49 anos e, a partir de 1777, se vestiu e se identificou como mulher. Quando "Geneviève d'Éon" morre em Londres em 1810 surpreende seus contemporâneos que acreditavam piamente que era uma mulher. Ele foi popularizado na Europa pela canção "Sans contrefaçon" da estrela de rock francesa Mylène Farmer.
A Revolução Francesa descriminalizou a homossexualidade em 1791, permitindo que culturas queer mais robustas surgissem em Paris no final dos séculos 18 e 19, desde que permanecessem privadas e discretas.
Durante a Belle Époque, Paris ganhou a reputação de capital boêmia e erótica do Ocidente, permitindo que as culturas queer florescessem. Locais underground para pessoas LGBTQ, como salões, bares, cafés e casas de banho, surgiram em áreas como Montmartre e Les Halles.
Lésbicas e mulheres bissexuais ganharam maior visibilidade, frequentando bares, restaurantes e cafés como Le Hanneton, La Souris e Le Rat Mort. Salões privados organizados por expatriadas americanas como Nathalie Barney e Gertrude Stein atraíam artistas e escritores LGBT e heterossexuais. Artistas como Toulouse Lautrec retrataram lésbicas e bissexuais em suas pinturas.
Paris se tornou um centro da cultura LGBT no século 19, atraindo expatriados como Oscar Wilde e André Gide. A vida noturna gay e os bailes de drag floresceram durante a era do jazz da década de 1920, com clubes como Le Monocle e Clair de Lune. Durante a década de 1930, Paris se tornou um centro ainda mais importante para a vida LGBT após a repressão nazista em Berlim.
Segunda Guerra Mundial até o presente
Durante a ocupação nazista da França na Segunda Guerra Mundial, o governo francês aumentou a idade de consentimento sexual para 21 anos para homossexuais. Perseguidos durante o período, milhares foram exterminados nos campos de concentração.
Após a guerra, a lei foi mantida, mas a idade foi reduzida para 18 em 1974 e para 15 em 1982.
Apesar da repressão, Paris manteve sua imagem de capital LGBT após a guerra. Na década de 1940, Jean Genet havia publicado romances autobiográficos explícitos sobre homossexualidade e criminalidade, celebrados na cena literária parisiense. Artistas e escritores LGBT estrangeiros, como James Baldwin, continuaram a buscar a tolerância relativa de Paris.
Nas décadas de 1950 e 1960, a polícia tolerava homossexuais desde que a conduta fosse privada. A Arcadie Association, a primeira organização homófila na França, foi fundada em 1954. Leis introduzidas em 1960 causaram maior assédio por parte de policiais.
Após os levantes de maio de 1968, a Frente Homossexual de Ação Revolucionária foi criada em 1971, marcando um ponto de virada no ativismo LGBT francês. Na década de 1970, muitos arquivos policiais sobre gays e lésbicas foram destruídos e leis contra a conduta LGBT foram revogadas.
A ascensão da AIDS trouxe outra onda de ativismo LGBT para Paris no final dos anos 1980 e início dos anos 90. Em 2013, o casamento entre pessoas do mesmo sexo foi legalizado na França, apesar de alguma hostilidade inicial.
• Filipe I, Duque de Orleães
• Luís José de Bourbon, Duque de Vendôme
Século 18
• Henri-Lambert de Thibouville, escritor, espirituoso e correspondente de Voltaire
• Mlle Raucourt, atriz que escandalizou Paris com seus casos com mulheres[3]
• Chevalier d'Éon, diplomata e espião transgênero
• Charles, marquês de Villette, escritor, político, revolucionário, amigo de Voltaire
Século 19
• A condessa, cortesã e cantora transgênero
• Liane de Pougy, escritora e cortesã do século 19
• Paul Verlaine, poeta do século 19
• Oscar Wilde, escritor inglês do século 19, passou seus últimos dias no Hotel d'Alsace.
Século 20
• Berenice Abbott, fotógrafa
• Azzedine Alaïa, designer de moda
• Marie-Thérèse Auffray, pintora e membro da resistência francesa
• Natalie Barney,[1] escritora expatriada, realizava um salão na 20 Rue Jacob.
• Josephine Baker, cantora de jazz americana dos anos 1920, tornou-se cidadã francesa
• James Baldwin, autor americano cujo romance Giovanni's Room se passa em Paris
• Djuna Barnes, escritora americana que viveu em Paris na década de 1920
• Roland Barthes, filósofo
• André Baudry, seminarista, professor de filosofia, ativista homófilo
• Sylvia Beach, dona da livraria Shakespeare and Co e editora de Ulysses[52]
• Paul Bowles, escritor
• Louise Catherine Breslau, pintora, e sua parceira Madeleine Zillhardt, escritora
• Romaine Brooks, pintora
• Bernard Buffet, pintor
• Simone de Beauvoir, escritora, feminista e acadêmica, parceira de Jean-Paul Sartre
• Claude Cahun e Marcel Moore, artistas e membros da resistência francesa
• Marcel Carné, cineasta
• Jean Cocteau, escritor e artista[16]
• Jean-Pierre Coffe, apresentador de televisão
• Colette, romancista
• Coccinelle, atriz e artista de cabaré
• Françoise d'Eaubonne, ativista e escritora
• Fabrice Emaer, empresário de boates, conhecido como "Príncipe da Noite"
• Michel Foucault, filósofo
• Loie Fuller, atriz e dançarina
• Jean-Paul Gaultier, designer de moda
• Jean Genet, escritor, prisioneiro e ativista do século 20
• Allen Ginsberg Poeta da geração Beat que dividiu um hotel na margem esquerda com outros poetas na década de 1950
• André Gide, escritor[1]
• Hervé Guibert, escritor e fotógrafo
• Reynaldo Hahn, compositor, amante de Marcel Proust
• Bernard-Marie Koltès, dramaturgo
• Eva Kotchever, proprietária do Eve's Hangout em Nova York, cujo refúgio era Paris antes de seu assassinato em Auschwitz.
• Violette Leduc, autora cujo trabalho foi censurado na década de 1950 por causa de passagens lésbicas explícitas
• Françoise Mallet-Joris, escritora
• Adrienne Monnier, editora e escritora
• Mathilde de Morny, artista, parceira transgênero de Colette
• Michou, artista de cabaré e artista
• Charles de Noailles, nobre cuja esposa respondeu quando perguntada se ele gostava de homens ou mulheres: "Ele gosta de flores". [53]
• Madeleine Pelletier, feminista, médica e psiquiatra
• Roger Peyrefitte, escritor e ativista do século 20 que já foi chamado de "O Papa dos Homossexuais".
• Marcel Proust, escritor
• Yves St. Laurent, designer de moda
• Susan Sontag, escritora
• Gertrude Stein, escritora
• Édith Thomas, romancista, jornalista e membro da resistência francesa
• Alice B. Toklas, sócia de Gertrude Stein
• Rose Valland, historiadora de arte e membro da Resistência Francesa, capitã do exército francês,
• Renée Vivien, escritora
• Monique Wittig, autora feminista
• Hélène van Zuylen, Baronesa, automobilista internacional, amante de Renee Vivien
Século 21
• Pierre Bergé, ativista, empresário e parceiro de vida de Yves St. Laurent
• Bertrand Delanoë (ex-prefeito de Paris)
• Caroline Fourest, escritora, presidente do Centro Gay e Lésbico
• Énora Malagré, colunista e apresentadora de mídia
• Ludovic-Mohamed Zahed, imã
• Thierry Schaffauser, ativista e ator
• Guillaume Dustan, escritor
• Virginie Despentes, escritora
• Alice Coffin, ativista e membro do La Barbe