De quem é a culpa pelo Coronavírus?
É o que sugere um novo estudo, que aponta a responsabilidade da atividade humana e a destruição da biodiversidade no surgimento de novos vírus do mundo animal, como o Covid-19.
Pesquisadores da Escola de Veterinária da Universidade da Califórnia estudaram 142 casos de "zoonoses" virais (doenças transmitidas de animais para humanos), que foram registrados em estudos desde 2013. Eles então cruzaram esses dados com listas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), que classifica espécies ameaçadas em particular.
Roedores, primatas e morcegos foram identificados como hospedeiros da maioria dos vírus transmitidos para humanos (75,8%).
As espécies ameaçadas de vida selvagem, "aquelas cujas populações estão em declínio devido à exploração e perda de habitat compartilham mais vírus com humanos", observam os pesquisadores em Proceedings of the Royal Society (organização de estudos em ciências biológicas).
"Nossos dados ilustram como a exploração da vida selvagem e a destruição natural do habitat estão por trás das transferências de doenças, nos expondo ao risco de doenças infecciosas emergentes", diz e pesquisadora Christine Johnson, que liderou o estudo conduzido antes do início da atual epidemia. Alguns cientistas acreditam que o Codiv-19 seja oriundo de uma espécie de morcego.
"Estamos mudando os territórios através do desmatamento, conversão de terras para agricultura, pecuária ou construção. Isso aumenta a freqüência e intensidade de contato entre humanos e animais selvagens, criando as condições ideais para transferências virais", disse Christine
Proceedings of the Royal Society
Segundo especialistas em biodiversidade da ONU (IPBES), um milhão de espécies animais e vegetais estão em risco de extinção devido à atividade humana.
Em 2016, a agência ambiental da ONU apontou que cerca de 60% das doenças infecciosas em humanos são de origem animal e 75% das doenças emergentes de maneira geral. A ONU estimou igualmente que estas doenças ocasionaram nas últimas duas décadas perdas e gastos no valor de US$ 100 bilhões. O mesmo estudo afirma que estas perdas seriam multiplicadas se essas doenças evoluísse para o estágio de pandemia humana, como é o caso do novo Coronavírus.
Vale a pena lembrar igualmente que inúmeros medicamentos são produzidos com moléculas encontradas na natureza, como é o caso da Aids. O que faremos quando esses recursos naturais se tornarem inexistentes?
Mais do nunca será preciso lutar contra o desmatamento e preservar nossas florestas e espaços selvagens.
É nossa responsabilidade e dever encontrar outros métodos, além de postagens em mídias sociais para atuar frente essa questão.
A agropecuária, o aumento desenfreado da plantação de soja em terras da Amazônia e a criação de animais em larga escala para fins comerciais devem encontrar outros meios de existência.
Comer menos carne já pode ser uma atitude de âmbito pessoal que colabora em prol da causa sanitária, afinal quanto maior o consumo, maior necessidade de áreas de criação, mas a conscientização de nossa classe política e indústria alimentícia serão fundamentais para o bem estar futuro do mundo.
As populações abastadas ( classes média e alta) devem entender seu peso como consumidor e optar por comer menos se necessário e com mais qualidade.
No Canadá antes de um churrasco é perguntado a cada participante qual a quantidade de carne pensa consumir durante o evento, evitando assim desperdício ou consumo exagerado. Quando questionado, ninguém afirma que vai comer desenfreadamente, é claro!
Na França, parte da população boicotou produtos com pesticidas ou pagou inicialmente mais caro por produtos orgânicos, hoje essa indústria floresce e os preços se tornaram muito mais accessíveis.
Enfim, agir como consumidor consciente e votar em políticos também conscienciosos já podem ser um bom começo.
Eu fiz a legenda do vídeo abaixo que fala do assunto, mas ele precisa ser aprovado pela comunidade Google. Se você achou o tema interessante, tem uma conta Google e quiser auxiliar à veicular, fique a vontade.